a Redação DiárioZonaNorte
- Zona Norte tem 579 casos de tuberculose
- Casa Verde/Cachoeirinha/Limão lidera com 176 casos
- Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros está em segundo lugar, com 168 casos
- População em situação de rua registra 508 casos distribuídos por toda cidade
Dos 6.699 casos de tuberculose registrados na cidade de São Paulo, até o final de agosto de 2023, a Zona Norte detém 579 casos (ou 8,64%). Os dados são da Coordenadoria de Vigilância em Saúde – COVISA e foram divulgados pela ferramenta TabNet – desenvolvida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – que reune as informações sobre saúde no Brasil.
Casos por Subprefeitura
Quanto maior a vulnerabilidade social, maior o risco da doença. Veja o número de casos registrados por Subprefeitura e Distritos da Zona Norte – lembrando que um distrito reune vários bairros -, em ordem alfabética:
- Casa Verde/Cachoeirinha/Limão – 176 casos (102 Cachoeirinha, 45 na Casa Verde e 29 no Limão).
- Jaçanã/Tremembé – 165 casos (57 no Jaçanã e 108 no Tremembé)
- Santana/Tucuruvi/Mandaqui – 70 casos (21 no Tucuruvi, 27 no Mandaqui e 22 em Santana)
- Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros – 168 casos (91 na Vila Maria, 44 na Vila Medeiros e 33 na Vila Guilherme)
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo bacilo de Koch – nome pelo qual é conhecida a bactéria Mycobacterium tuberculosis e afeta principalmente os pulmões, embora possa atingir outros órgãos. Esta outra forma, chamada de extrapulmonar, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse. Essa tosse pode ser seca ou produtiva (com catarro).
Se você apresentar um destes sintomas, procure imediatamente uma Unidade Básica de Saúde (UBS):
- Tosse por 3 semanas ou mais;
- Febre vespertina;
- Sudorese noturna;
- Emagrecimento.
Os números do Brasil e do Estado
Sobre o impacto da doença no país, no estado e na cidade, o DiárioZonaNorte consultou o Ministério da Saúde e as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.
No Brasil, anualmente, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Em nota, o Ministério da Saúde informa: “Em abril deste ano, o governo brasileiro instituiu o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), com a participação de nove pastas.
Coordenado pelo Ministério da Saúde, o CIEDDS tem a missão de eliminar ou controlar, até 2030, 14 doenças que têm elevada incidência em regiões de maior vulnerabilidade social.
Especificamente sobre a tuberculose, a meta é reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e o número de mortes para menos de 230 óbitos por ano.”
Já a Secretaria Estadual da Saúde informou, por meio de nota, que “de janeiro a agosto deste ano, foram contabilizados 12.941 casos de tuberculose em todo o estado de São Paulo. Em todo o ano passado, foram notificados 19.051 casos, sendo 12.513 de janeiro a agosto. Em 2021, foram registrados 16.755 casos em todo o ano, sendo 10.722 de janeiro a agosto. Já em 2020, foram 16.594 casos, sendo 10.983 de janeiro a agosto.”
Cidade de São Paulo
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há surto de tuberculose na cidade de São Paulo (mesmo o município apresentando praticamente a metade dos casos do estado). Na nota enviada para este jornal, a Secretaria afirma que “Unidades Básicas de Saúde (UBSs) realizam busca ativa de sintomáticos respiratórios, identificando pessoas com tosse persistente. Esta ação é uma prática regular do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, com uma Campanha de Intensificação de Busca Ativa, duas vezes ao ano.“
População em situação de rua
A população em situação de rua apresenta elevados riscos de desenvolvimento de diversas doenças – entre elas a Tuberculose, por falta de condições de alimentação e moradia descentes. Dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) indicam que a cidade de São Paulo tem cerca de 53 mil moradores em situação de rua – contra 32 mil em 2019.
Sobre os cuidados com este grupo, continua a nota da Secretaria Municipal de Saúde, que transcrevemos a seguir:
“Dentre as populações prioritárias, a população em situação de rua, é atendida pelas equipes de saúde dos consultórios na rua. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) possui 26 equipes de Consultório na Rua (CnR) em toda a cidade de São Paulo, que realizam abordagens às pessoas em situação de rua que necessitam de acompanhamento de saúde, independentemente do local onde estão instaladas. Das 26 equipes, dez estão alocadas na região central da cidade.
Esse trabalho faz parte de uma estratégia de ampliação do acesso e cuidado em saúde destinado a essa população, integrando e articulando as ações com os diferentes equipamentos da rede. São executadas ações de abordagem, cadastramento, escuta qualificada, testagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), acompanhamento em saúde com consultas, orientações, assistência integral à saúde da mulher, gestante e puérpera, crianças e adolescentes, população LGBTIA+, idoso, entre outros grupos, incluindo as pessoas em situação de vulnerabilidade”.
No ano de 2022, as equipes Consultório e Redenção na Rua realizaram, em média, 20 mil cadastros de pessoas em situação e rua, 229.709 abordagens e 198.127 atendimentos. Em 2023, de janeiro até julho, foram 100.406 abordagens e 47.991 atendimentos. Em 2023, até o dia 31 de agosto, foram notificados 508 casos de tuberculose em pacientes em situação de rua em todo o município de São Paulo.”